Um universo que permite reencontrar nossos sentidos, potencializar nossas emoções e se conectar com a essência de cada um. Degustar significa a ação do experimentar, provar e saborear, detectar diferenças entre aromas e sabores e fazer conexões com repertórios próprios da vida de cada indivíduo .
Do latim degustare, degustar é uma arte, onde ultrapassamos as referências elementares e atingimos novas próprias sensações e estímulos.
Antes de beber o vinho, antes mesmo de aspirá-lo, é mister verificar seu aspecto através da parede lisa do copo. A visão é assim o primeiro sentido que usamos na degustação. Émile-Peynaud
A degustação é uma disciplina e ao mesmo tempo uma arte difícil (…) A degustação é a codificação de uma atividade gastronômica. O vinho, para ser apreciado, exige atenção, recolhimento e o saber analisar duplica o prazer de degustar. Émile- Peynaud
O vinho surge com a própria civilização. Os gregos antigos já dominavam as técnicas da vinificação por volta de 750a.C. e desde então se desenhava um caminho longo de solidificação nas mais diferentes culturas onde o cultivo das uvas chegaria aos países fincaria suas raízes na Itália e França.
Fonte múltipla de cores, odores e sabores
Por meio dos olhos, nariz e boca captamos essas sensações e transmitimos para o cérebro, que se encarrega de reconhecer de acordo com as informações armazenadas na memória. O vinho ao entrar em contato com a língua desencadeia a liberação de neurotransmissores que levam as informações até o cérebro, onde são identificados os tipos de gosto. A mágica acontece em forma de ciência, filosofia e arte.
Um terço de taça e toda a experiência possível ao nosso alcance.
Na Europa, foi o catolicismo o próximo elemento importante de expansão e
desenvolvimento da cultura vinícola, não só pela adoção da bebida rubra na
liturgia da missa [...], mas também pelos importantes vinhedos dos mosteiros e
conventos, que transformaram a vitivinicultura em fator de receita.
(VIDOTTI,2010, p. 48)
Os vinhos do Novo e Velho Mundos possibilitam uma viagem à história, terras, solos , temperaturas, geografia , tipos de uvas entre tintos e brancos, que caracterizam a riqueza do mundo dos vinhos.
Na época das grandes navegações surge o chamado Novo Mundo . Videiras européias chegam ao Peru em 1531.
No Brasil essa história se inicia em 1532 quando o português Martin Afonso de Souza, colonizador trouxe as videiras europeias que deram início a primeira tentativa de vitivinicultura no Brasil.
De uma forma global o desenvolvimento da vitivinicultura na América Latina se deve também
ao processo de colonização com a chegada dos italianos, espanhóis e portugueses.
Os italianos foram determinantes para o fortalecimento da cultura do vinho em 1870. Eles recomeçaram o plantio de videiras no Rio grande do Sul. Inicialmente usaram as videiras de espécie Vitis Vinífera trazida pelos imigrantes, mas como a espécie mostrou dificuldade de se desenvolver diante do clima do brasileiro, logo chegaram as as videiras de espécie americana.
A casta Isabel, por exemplo, ainda hoje ocupa perto de 80% das parreiras de uvas americanas.
Inicialmente o cultivo da uva no Brasil era feito por pequenos fazendeiros na região úmida e montanhosa da terra gaúcha. Sabe-se que 90% de todo ovinho de qualidade- aquele feito com uvas viníferas- é produzido no Rio Grande do Sul, dividido em duas regiões distintas: Serra Gaúcha e Campanha Gaúcha. Na produção cultivam=se diferentes castas viníferas, sendo a grande maioria de brancas . Riesling, Sémillion e Chardonnay são uvas brancas que se destacam na produção gaúcha e Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc como tintas.
A entrada da América do Sul no mercado internacional é muito recente. Em 2010 os vinicultores começaram a atingir os mesmos padrões dos líderes mundiais. O Chile é o primeiro país a exportar vinhos, seguido pela Argentina com a maior produção e o Brasil em terceiro lugar.